A KUMONGA é outro dos famosos monstros da franquia Godzilla. Essa gigantesca e poderosa aranha estreou pela primeira vez nas telonas japonesas em 1967, no filme Son of Godzilla, Destroy All Monsters (1968) e fez sua última aparição em Godzilla Final Wars, em 2004.
Muito mais que apenas uma aranha gigante, Kumonga reúne aspectos biológicos de diversas espécies de aranha que conhecemos hoje. Vejamos um pouco da biologia do verdadeiro terror dos aracnofóbicos a seguir:
APARÊNCIA:
Á primeira vista Kumonga ou Spiga (nome americano) se assemelha com as aranhas-caranguejo (família Thomisidae) devido ao corpo e abdômen (bundão da aranha) achatado e patas longas. Com o colossal tamanho de 60m e peso de 30 mil toneladas, Kumonga é 200 vezes maior do que o maior aracnídeo conhecido, a aranha-golias (Theraphosa blondi) que tem 30cm, e é 176 milhões de vezes mais pesada (as maiores fêmeas de aranha-golias têm 170 gramas de peso). O peso de Kumonga é equivalente ao de 167 baleias-azuis aproximadamente e para sustentar esse corpanzil seria necessário possuir um exoesqueleto hiper-resistente para não se romper e ao mesmo tempo flexível para que possa se mover. Kumonga assim como todas as aranhas (e artrópodes) realizaria mudas ao longo da vida trocando seu exoesqueleto velho enquanto cresce.
COMPORTAMENTO:
No filme de 67, Kumonga é vista saindo de dentro da terra após Minilla, filho de Godzilla, acidentalmente atirar uma rocha dentro do vale onde vivia. Pode-se deduzir que, antes de ser perturbada, ela estava enterrada á espera de uma presa, assim como a aranha-da-areia Hexophthalma hahni costuma fazer nos quentes desertos africanos. E mesmo se fosse descoberta, Kumonga poderia simplesmente se mover a algumas dezenas metros de onde estava e se enterrar novamente. Na explicação do filme, Kumonga hibernava sob o vale antes de ser despertada, o que faz sentido biológico pois algumas espécies de aranhas das regiões temperadas hibernam do inverno á primavera, reduzindo drasticamente seu metabolismo.
Para se defender, como recurso inicial, Kumonga poderia saltar para longe ao melhor estilo das aranhas papa-moscas (Salticidae), embora seu gigantesco peso tornasse isso praticamente impossível (assim como sua movimentação). Outro recurso muito utilizado seria perder uma das patas de modo a enganar o inimigo, aproveitando a situação para fugir. Uma estratégia de contra-ataque útil é esfregar as patas traseiras contra o abdômen, liberando pelos urticantes que atingiriam as mucosas e olhos do oponente, técnica muito usada pelas tarântulas.
CAÇA:
Ainda no filme de 67, Kumonga é tida como uma predadora implacável que devora tudo o que se move, inclusive tentou devorar Minilla e, mais tarde, atacou a Kamacuras (um louva-deus mutante gigante). Aranhas não perdem a oportunidade quando lhes surgem e tarântulas como a aranha-golias (Theraphosa blondi) podem atacar animais maiores como lagartos e até roedores desavisados, enquanto caçam. Espécies grandes do gênero Nephilla conseguem capturar até pássaros em presos em suas teias. Proporcional ao seu tamanho, Kumonga seria mais que capaz de predar um kaiju com até 3 vezes maior que si (uma péssima notícia pro King Ghidorah).
Kumonga é vista disparando um jato de seda sobre as presas, ataque semelhante as aranhas da família Scytodidae (spitting spiders). Estas aranhas disparam de suas quelíceras fios de seda pegajosa sobre as presas, geralmente outras aranhas, num ataque frontal e realizam um movimento de ziguezague para cobrir toda a vítima. Além de cobrir a presa, a seda contém veneno e, no caso da Kumonga, seria capaz de paralisar o Godzilla, quando o atacou em Final Wars.
Outra tática eficiente é envolver a presa em pacotes de seda, tradicional entre as aranhas, de modo a imobilizá-la. Se Kumonga seguisse a tática da pequenina Philoponella, ela envolveria seu alvo em centenas de metros de teia e o mataria simplesmente pela pressão de milhares de toneladas de força.
TEIA:
A seda de uma aranha é o material biológico mais resistente que conhecemos. Um fio esticado tem resistência superior á um fio de aço de mesma espessura. A teia da Caerostris darwini, espécie nativa de Madagascar, têm uma resistência cinco vezes maior que a do aço tanto que esta aranha constrói sua teia sob rios de água corrente onde captura insetos voadores. Para se ter uma leve ideia sobre o poder da teia da Kumonga, ela capturaria um boening 747 em pleno vôo tão facilmente quanto a Caerostris prenderia uma libélula. Monstros voadores, como Rodan e Mothra não teriam a menor chance de escapar da teia, sem tentar cortá-la. Além disso a teia de Kumonga seria gigantesca e se estenderia por quilômetros. A Caerostris com cerca de 2,2 cm tece uma teia enorme com até 3 m. Proporcionalmente, Kumonga, com 60m, teceria uma teia com incríveis 9 km, capaz de cobrir o Monte Everst por completo!
Contudo a teia é um material inflamável, e Godzilla poderia simplesmente queimá-la com seu pulsar e sopro atômico caso estivesse preso.
REPRODUÇÃO:
Kumonga é provavelmente uma fêmea, pois a maioria das aranhas possui um marcante dimorfismo sexual onde fêmeas são muito maiores e mais pesadas que os machos. Isso ocorre devido a seleção sexual onde fêmeas com corpos maiores têm maiores chances de desenvolver e cuidar de sua prole e machos têm tamanho diminuto pois são uteis apenas para o acasalamento. Seguindo o exemplo da Nephilla clavipes onde a fêmea é 6 vezes maior que o macho, um macho de Kumonga teria 10 metros (comprimento de dois elefantes indianos) e pesaria 5 mil toneladas (o equivalente á 27 baleias azuis). Típico destes aracnídeos, o macho teria grandes chances de morrer antes e depois da cópula pois a fêmea poderia considerá-lo um delicioso lanchinho. Para evitar tal fim, o macho poderia usar de movimentos na teia da fêmea para que ela o reconheça como parceiro ou usar de dança envolvente como faz a aranha-pavão (Maratus volans). Presentear a fêmea com uma presa morta e empacotadinha também ajudaria. Mesmo assim os machos têm grande chance de morrer depois que acasalam.
Kumonga é provavelmente uma fêmea, pois a maioria das aranhas possui um marcante dimorfismo sexual onde fêmeas são muito maiores e mais pesadas que os machos. Isso ocorre devido a seleção sexual onde fêmeas com corpos maiores têm maiores chances de desenvolver e cuidar de sua prole e machos têm tamanho diminuto pois são uteis apenas para o acasalamento. Seguindo o exemplo da Nephilla clavipes onde a fêmea é 6 vezes maior que o macho, um macho de Kumonga teria 10 metros (comprimento de dois elefantes indianos) e pesaria 5 mil toneladas (o equivalente á 27 baleias azuis). Típico destes aracnídeos, o macho teria grandes chances de morrer antes e depois da cópula pois a fêmea poderia considerá-lo um delicioso lanchinho. Para evitar tal fim, o macho poderia usar de movimentos na teia da fêmea para que ela o reconheça como parceiro ou usar de dança envolvente como faz a aranha-pavão (Maratus volans). Presentear a fêmea com uma presa morta e empacotadinha também ajudaria. Mesmo assim os machos têm grande chance de morrer depois que acasalam.
A mamãe Kumonga poderia por até 200 ovos, caso a reprodução fosse semelhante ao da aranha-golias, e os envolveria num saco de seda que poderia transportar em seu corpo (como as aranhas-lobo) ou poderia deixá-los em uma enorme toca (ou caverna) onde os protegeria de eventuais predadores. Diferente do macho, a Kumonga fêmea viveria por muito mais tempo: tarântulas podem viver até 25 anos e uma espécie australiana de aranha de alçapão atingiu incríveis 46 anos em vida selvagem. Kumonga poderia viver bastante na Monster Island caso não desse de cara com uma vespa parasita gigante ou encarasse outra luta com o Godzilla.
Espero que tenham curtido e até a próxima meus amigos!
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